Sem classificação exata, apenas com princípios, o Parkour é uma prática corporal originária na França que tem como objetivo superar obstáculos físicos, utilizando movimentos rápidos e equilíbrio do corpo. Fundado por David Belle, o Parkour vem conquistando curiosos à sua prática e novos movimentos vêm sendo inventados.
David Belle nasceu na região da Normandia e desde cedo já perambulava pelo subúrbio praticando atletismo, ginástica e escalada. Encorajado pelo avô, ex-militar e pelo pai que dedicou à vida no Vietnã, Belle também se voltou a estudar artes marciais. Com o conhecimento de campo de batalha do avô materno e sua curiosidade por práticas físicas, David deu origem ao Parkour, brincadeira que desenvolveu com seus amigos. Com seu pai, David aprendeu a interagir com o ambiente natural, fazendo uso dele para tomar vantagens dos adversários.
Apesar das influências militares das quais surgiu o Parkour, essa prática se vista de um modo marcial, nada mais é do que a autodefesa pelo modo da fuga ou como se tivesse que passar por obstáculos em meio a uma emergência. Utilizar o Parkour de forma violenta significa desconstruir à prática, o agressor não pode ser considerado um traceur ou traceuses, termos utilizados para designar os praticantes de Parkour masculino e feminino respectivamente.
Ao entrar em ‘’ação’’, o indivíduo tem que se sentir livre e leve, seguindo seus instintos animais. Sim, animais, uma das características do Parkour é liberar os instintos do homem que foram sendo desativados devido à civilização, pois como alguns chamam os traceurs de macacos, a ideologia segue essa linha de evolução do homem: vimos dos macacos e podemos nos movimentar como eles. O Parkour ajuda a liberação de estresse, não sendo nem uma ciência ou arte, e sim uma essência perdida que precisa ser reativada.
Preparação
Como o Parkour exige esforço físico e mental para saltos, pulos, rolamentos e ter agilidade de escolher os movimentos certos, é necessário que o traceur esteja bem preparado fisicamente, tendo uma alimentação saudável e exercitando os músculos antes de qualquer pratica. Concentração também é vital para manter o equilíbrio ao realizar os movimentos, além de coragem. O parkour dá qualidade de vida por estimular ao rápido raciocínio, autocontrole, destreza, agilidade, habilidade, força e observação.
Indica-se que o traceur utilize de roupas leves, se possível blusa com mangas e calças para maior cobertura da pele, e tênis macio de sola reta, para amortecer os impactos laterais e ter mais deslizamento ao pisar. Alguns outros acessórios são utilizados para iniciantes que temem os acidentes, que podem ser graves, embora não haja nenhum registro de tragédia por Parkour. O praticante precisa ter noção de distância, capacidade e risco ao fazer o movimento e escolher o ambiente.
Movimentos
Destacamos os movimentos básicos para iniciantes do Parkour, são eles:
1- Aterrissagem / aterragem
Amortecimento suave a fim de evitar lesões articulares.
2-Equilíbrio
Equilíbrio em barras ou muros.
3-Equilíbrio do gato
Equilíbrio em movimento quadrupedal como um gato.
4-Por baixo da barra
Passa-se por baixo do obstáculo ao invés de saltar ou o sobrepor.
5-Rolamento
Rolamento evasivo a fim de amortecer, ou criar embalo após um amortecimento.
6-Passagem de muros ou paredes
“Chuta-se” a parede de forma que de impulso para cima e agarra-se com a(s) mão(s) e sobe-se o muro.
7-Salto/Pulo
Termo geral para sobrepor um obstáculo usando apenas os membros superiores.
8-Desmonte
Soltar-se de um lugar para cair em outro.
9-A partir da virada
Saltar sobre o obstáculo e agarrar em duas mãos, e ficar do outro lado de forma que o corpo faça um giro de 180°, geralmente terminado em desmonte.
10-Passagem de obstáculo reversa
Saltar sobre o obstáculo apoiando as duas mãos de forma que o corpo faça um giro de 360°.
No Brasil, a prática vem sendo disseminada e curso de Parkour já é oferecido, contando com a matrícula de muitos jovens e adultos, tendo esse ano o 8º encontro de Parkour que vem sendo realizado em Curitiba, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte, Salvador, Rio de Janeiro. É necessária uma orientação e acompanhamento para saber se o modo como está sendo feito é certo. Metrópoles, como São Paulo, são palco para ao traceurs, que riscam a paisagem com seus corpos em movimento.